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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Organizações de juventude lançam jornada por reformas estruturais




Mais de 200 pessoas participaram do laçamento da jornada, que será realizada entre 25 de março e 1º de abril em todo o país

25/02/2013
Luiz Felipe Albuquerque,

Mais de 200 pessoas, que atuam em 30 organizações de juventude em 15 estados e em Brasília, participaram de uma plenária, neste sábado (23) em São Paulo, que lançou uma jornada de lutas da juventude brasileira.

A jornada, que será realizada entre 25 de março e 1º de abril em todo o país, tem como temas centrais a denúncia do extermínio da juventude negra, a cobrança de mais recursos públicos para universalizar a educação em todos os níveis, a democratização dos meios de comunicação para dar voz ao conjunto da sociedade e a reforma política para impedir o financiamento privado de campanhas e ampliar a participação popular na democracia.

Participam dessa articulação União Nacional dos Estudantes (UNE), MST, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Levante Popular da Juventude, Fora do Eixo, Nação Hip Hop Brasil, Marcha Mundial das Mulheres e a Pastoral da Juventude, entre outras organizações.

“Essa jornada da juventude é um ponta-pé inicial dessa articulação, que não vai cessar e construirá mais lutas. Essa jornada é um exercício da construção da unidade”, aponta Raul Amorim, do coletivo de juventude do MST.

Para ele, é necessário identificar nesse processo quem são os verdadeiros inimigos da juventude brasileira. “Um ponto importante para as nossas ações políticas é saber quem é o inimigo. Estamos lutando contra o capitalismo hegemonizado pelo sistema financeiro e pelas transnacionais, que são o verdadeiro inimigo do povo”, destacou.

Amorim disse que 500 empresas no mundo controlam mais da metade da economia mundial e denunciou a movimentação da direita no Brasil, que se articula no Poder Judiciário, no agronegócio e nos meios de comunicação de massa.

As organizações que participam dessa articulação construíram um consenso da necessidade de avançar na organização popular para que a juventude seja a protagonista das lutas sociais e motor de mudanças estruturais, que ocorrerão apenas como mobilizações nas ruas.

Daniel Iliescu, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), avalia que essa articulação é um marco importante que pode ter um papel decisivo na luta dos movimentos sociais brasileiros e para a juventude no país.

“Temos que ter a dimensão da importância histórica dessa reunião, que não só é um encontro da juventude, mas um ponto de partida para disseminar, contaminar nosso país, com as causas que nos unem”, disse.

“Representamos 67 milhões de brasileiros e brasileiras que compartilham conosco a condição de jovem. É um contingente que é protagonista das principais dificuldades da vida concreta e das principais soluções e esperanças que nutre nosso país”, acredita.

Iliescu apontou como desafio massificar as lutas, organizando a juventude que não faz parte das organizações e sensibilizando os jovens a partir das contradições do cotidiano. “Massificar a nossa disposição de ir para as ruas sacudir o país é o principal desafio da nossa geração”, acredita o presidente da UNE.



Participaram da plenária mais de 200 pessoas de 30 organizações da juventude - Fotos: Reprodução/Jornada Nacional de Lutas pela Juventude

De acordo com Alfredo Santos, secretário de juventude do Central Única dos Trabalhadores (CUT), um dos desafios é dialogar com os jovens que melhoraram de vida sob o governo Lula. “Quantos desses jovens estão militando no movimento estudantil? Quantos milhares desses novos postos de trabalho estão militando no movimento sindical? Ainda não conseguimos, dentro da correlação de forças na sociedade, se apropriar das contradições desses avanços sociais”, avalia.

“Como vamos disputar esse governo? Não será nos corredores. Tem que ser nas ruas, com organização de classe. Com esse recorte, precisamos organizar a juventude para que ela seja a protagonista”, destacou.

Para Maria Julia, da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), a sociedade de classe se estrutura sob o patriarcado e racismo. Ela destacou a necessidade de colocar uma perspectiva feminista para discutir as relações trabalhistas, já que as mulheres estão em condições ainda mais precarizadas. “Não dá para mudar o mundo sem mudar a luta das mulheres, mas não dá para mudar a luta das mulheres sem mudar o mundo”, defendeu.

Felipe Altenfelder Silva, do Fora do Eixo, destacou a importância da utilização conjunta e coordenada das redes sociais durante a jornada para contrapor o poder dos grandes meios de comunicação de massa, que estão nas mãos da classe dominante.

Abaixo, leia o manifesto.

MANIFESTO DA JORNADA DE LUTAS DA JUVENTUDE BRASILEIRA
25 de março a 1º de abril de 2013
Unir a Juventude Brasileira:
“Se o presente é de luta, o futuro nos pertence”!

Che Guevara
As entidades estudantis, as juventudes do movimento social, dos trabalhadores/as, da cidade, do campo, as feministas, as juventudes partidárias, religiosas, LGBT, dos coletivos de cultura e das periferias se unem por um ideal: avançar nas mudanças e conquistar mais direitos para juventude.

É preciso denunciar o extermínio da juventude negra e das periferias a quem o estado só se apresenta através da violência. O mesmo abandono se dá no campo, que alimenta a cidade e segue órfão da Reforma Agrária e dos investimentos necessários à permanência da juventude no campo, de onde é expulsa devido à concentração de terras, à ausência de políticas de convívio com o semiárido. Já na cidade, a juventude encontra a poluição, a precarização no trabalho, a ausência do direito de organização sindical, os mais baixos salários e o desemprego, fatores ainda mais graves no que diz respeito às jovens trabalhadoras.

Essa é a dura realidade da maioria da População Economicamente Ativa no país, e não as mentiras da imprensa oligopolizada, que foi parceira da ideologia do milagre brasileiro e cúmplice da ditadura, ao encobrir torturas e assassinatos e sendo beneficiária da monopolização ainda vigente. É coerente que ela se oponha à verdade e à justiça, que se cale ante as torturas e ao extermínio dos pobres e negros dos dias de hoje, que busque confundir e dopar a juventude, envenenando a política, vendendo-nos inutilidades, reproduzindo os valores da violência, da homofobia, do machismo e da intolerância religiosa. mas eles não falam mais sozinhos: estamos aqui pra fazer barulho.

Queremos cidades mais humanas em vez de racismo, violência e intolerância. Queremos as garantias de um estado laico, democrático, inclusivo, que respeite os Direitos Humanos fundamentais, inclusive aos nossos corpos, à liberdade de orientação sexual e à identidade de gênero, num ambiente de liberdade religiosa.

Queremos reformas estruturais que garantam um projeto de desenvolvimento social e que abram caminhos ao socialismo. Lutamos por um desenvolvimento sustentável, solidário, que rompa com os valores do patriarcado, que assegure o direito universal à educação, ao trabalho decente, à liberdade de organização sindical, à terra para quem nela trabalha e o direito à verdade e à justiça para nossos heróis mortos e desaparecidos.

Para enfrentar a crise é preciso incorporar a juventude ao desenvolvimento do país. Incluir o bônus demográfico atual exige uma política econômica soberana que valorize o trabalho, a produção, o investimento e as políticas sociais, e não a especulação. Esse é o melhor cenário para tornar realidade os direitos que queremos aprovados no estatuto da juventude.

Iniciamos aqui uma caminhada de unidade e luta por reformas estruturais que enterrem o neoliberalismo e resguardem a nossa democracia dos retrocessos que pretendem impor os monopólios da mídia, ou golpes institucionais como os que ocorreram no Paraguai e em Honduras.

Desde essa histórica Plenária Nacional, unidos e cheios de esperança, convocamos a juventude a tomar em suas mãos o futuro dos avanços no Brasil, na luta pelas seguintes bandeiras consensualmente construídas:

1.Educação: financiamento público da educação
1.1. 10% PIB para Educação Pública
1.2. 100% dos royalties e 50% do fundo social do Pré-sal para Educação Pública
1.3 2% do PIB para Ciência, Tecnologia e Inovação
1.4 Por uma política permanente de valorização das bolsas de pesquisa
1.5 Democratização do acesso e da permanência na universidade
1.6 Pela expansão e a qualidade da educação do campo
1.7 Cotas raciais e sociais nas universidades estaduais
1.8 Curricularização da extensão universitária
1.9Regulação e ampliação da qualidade, em especial, do setor privado
2. Trabalho – trabalho decente
2.1 Redução da jornada de trabalho sem redução de salário! 40 horas já!
2.2 Condições dignas de trabalho decente
2.3 Políticas que visem a conciliação entre trabalho, estudos e trabalho doméstico
2.4 Direito de organização sindical no local de trabalho
2.5 Contra a precarização promovida pela terceirização
2.6 Pela igualdade entre homens e mulheres no trabalho e entre negros/as e não negros/as
3.Por avanços na democracia brasileira - Reforma Política
3.1 Pela Reforma política
3.2 Combate às desigualdades sociais e regionais
3.3 Contra a judicialização da politica e a criminalização dos movimentos sociais
3.4 Pela auditoria da Divida Publica
3.5 Contra o avanço do capital estrangeiro na aquisição de terras e na Educação
3.6 Reforma agrária
3.7 Aprovação do Estatuto da Juventude
4. Diretos sociais e humanos: Chega de violência contra a juventude
4.1 Contra o extermínio da juventude negra
4.2 Contra a redução da maioridade penal
4.3 Garantia do direito à Memória, à Verdade e à Justiça e pela punição dos crimes da Ditadura
4.4 Garantia dos direitos sexuais e reprodutivos, como à autonomia sobre o próprio corpo e o combate à sua mercantilização, em especial das jovens mulheres
4.5 Pelo fim da violência contra as mulheres
4.6 Pela mobilidade urbana e o direito à cidade
4.7 Pelo direito da juventude à moradia
4.8 Desmilitarização da policia
4.9 Respeito à diversidade sexual, aos nomes sociais e criminalização da homofobia
4.10Apoio à luta indígena e quilombola e das comunidades tradicionais
4.11Contra a internação compulsória e pelo tratamento da dependência química através de uma política de redução de danos
4.12Pelo direito ao lazer à cultura e ao esporte, inclusive com a promoção de esportes radicais
5. Democratização da comunicação de massas
5.1. Universalização da internet de banda larga no campo e na cidade
5.2 Políticas públicas para grupos e redes de cultura
5.3 Apoio público para os meios de comunicação da imprensa alternativa
5.4.Apoio ao movimento de software livre

Assinam este documento:
ABGLT,
ANPG;
APEOESP;
Associação Cultural B;
Centro de Estudos Barão de Itararé;
CONAM,
CONEM,
Consulta Popular;
ECOSURFI;
Enegrecer;
FEAB;
Federação Paulista de Skate;
Fora do Eixo;
Juventude da CTB;
Juventude da CUT;
Juventude do PSB;
Juventude do PT;
Juventude Pátria Livre;
Levante Popular da Juventude;
Marcha Mundial das Mulheres;
MST;
Nação Hip Hop Brasil;
Pastoral da Juventude,
PJMP,
PCR;
REJU;
REJUMA;
UBES;
UBM,
UJS;
UNE;
UPES,
Via Campesina Brasil.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

2º ESCAMBO CULTURAL CDO - MS 2013

ESSA EDIÇÃO ACONTECERA EM 3 ETAPAS PREPARATÓRIAS E UM ENCONTRO MACRO, FINALIZANDO EM NOVEMBRO NA CIDADE DE AQUIDAUANA-MS.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DA PRIMEIRA ETAPA QUE ACONTECERA NA CIDADE DE PEDRO GOMES - MS.

COORDENAÇÃO: CMESTRE MARCOS, 

CONT. 0**67-9624-9137






sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Edital de Contratação de Educadores Populares

Processo Seletivo n° 003/2013 
Convênio nº 778677/2012 – SDH/PR 
Projeto: Capacitação em Direitos Humanos através de redes de Entidades e Movimentos Sociais visando ampliar exercício da cidadania. 

Processo seletivo objetivando a 
contratação de Educadores Sociais com 
experiência de acordo com TERMO DE 
REFERÊNCIA para fazer parte da 
Equipe Técnica do Convênio nº 
778677/2012 – SDH/PR - Camp 


O CENTRO DE ASSESSORIA MULTIPROFISSIONAL - CAMP, entidade privada sem fins lucrativos, 
inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica do Ministério da Fazenda sob o n˚ 89270656/0001-38, com sede na Praça Pereira Parobé, nº 130 - 9ª Andar – Porto Alegre – RS, nos termos da Portaria Interministerial Nº 507,de 24 de novembro de 2011, que estabelece normas para execução do disposto no Decreto no 6.170, de 25 de julho de 2007, torna público e convida a todos interessados para participar do Processo Seletivo, cujos currículos e demais termos constantes neste edital serão recebidos até o dia 25 de fevereiro de 2013.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Fazendeiros atacam acampamento Terena no MS

Cerca de 250 famílias Terena que reocuparam 300 hectares de terra, na noite de terça-feira, 5, no município de Dois Irmãos do Buriti, a cerca de 110km de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, sofreram um ataque. Segundo lideranças indígenas que estão no local, na manhã desta quinta-feira, 7, pistoleiros e fazendeiros foram ao acampamento e dispararam tiros para o alto, na tentativa de retirar os indígenas da fazenda. Ninguém ficou ferido, e a comunidade permanece na área.

A reportagem é de Ruy Sposati e publicado pelo portal do Cimi, 07-02-2013. 

Após a ocupação, a comunidade orientou a proprietária da fazenda a retirar tudo o que quisesse da área que, segundo os indígenas, está abandonada. A Polícia Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai), acionadas pelos indígenas, estão no local.

Em 2009, os Terena já haviam tentado retomar a fazenda. Após acamparem por pouco mais de um mês da área, em novembro de 2009, foram violentamente retirados do local por fazendeiros, funcionários e pela Tropa de Choque da Polícia Militar, que, conforme denúncias recolhidas pelo Ministério Público Federal (MPF), atuou sem ordem judicial de reintegração de posse.

A terra, atualmente ocupada pela Fazenda Querência São José, é parte dos mais de 17 mil hectares do território identificado em 2001 pela Funai e declarado pelo Ministério da Justiça em 2010 como terra tradicionalmente ocupada pelos Terena.

Atualmente, cerca de 5 mil Terena vivem em pouco mais de 2 mil hectares de terra, divididos em nove aldeias. As áreas restantes ainda estão na posse de fazendeiros.

Histórico

Na década de 20, sob a responsabilidade do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), foi criada a então Reserva Buriti. Era política do estado, à época, confinar indígenas em áreas muito menores do que seu território tradicional. A partir daí, surgia a necessidade de recuperar as terras que ficaram fora da demarcação.

Por décadas, os Terena se organizaram para reivindicar o direito à terra, solicitando às autoridades governamentais a ampliação do território. Notadamente, a partir de 1999, os indígenas passaram a atuar diretamente na retomada dos territórios em Buriti, de modo que as denúncias tomassem maior projeção e houvesse mais pressão para que as perícias antropológica, arquelógica e históricas fossem feitas.

Esse processo de retomadas desencadeou o estudo sobre a situação em Buriti, feito no ano 2000. A Funai, através do Relatório Circunstanciado de Revisão de Limites da Terra Indígena, conduzido pelo antropólogo Gilberto Azanha, identificou 17,2 mil hectares como território indígena tradicional Terena, em agosto de 2001, localizada nos municípios de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti. Imediatamente, fazendeiros da região solicitaram a nulidade da identificação antropológica, através de uma ação declaratória na Justiça Federal de Campo Grande. Durante este período, a demarcação ficou paralisada.

Em 2004, o Juiz Federal de Campo Grande, Odilon de Oliveira, deu a sentença do processo, decidindo contra os direitos territoriais do povo Terena. Após a decisão do Juiz, foram movidos recursos pelo Ministério Público Federal e Funai para o Tribunal Regional Federal da 3º Região, em São Paulo, que tramitaram até o seu julgamento definitivo em 11 de dezembro de 2006.

Na decisão, foi modificada a sentença proferida pelo Juiz Federal de Campo Grande, reconhecendo que a Terra Indígena (TI) Buriti é terra “tradicionalmente ocupada pelo povo Terena”, sendo determinado o prosseguimento normal da demarcação. 

O processo se alongou até setembro de 2010, quando o Ministério da Justiça publicou uma portaria declaratória identificando os limites da TI.

Após a portaria, o próximo passo seria que a Funai promovesse a demarcação física dos limites da terra, disponibilizando imediatamente os profissionais encarregados para a colocação dos marcos, visando que o processo administrativo possa seguir para suas etapas finais, com a esperada homologação da demarcação. Em 2011, técnicos da Funaide Brasília foram a Buriti avaliar a situação das terras como parte da ação de um Grupo de Trabalho para a demarcação.

CPT-MARANHÃO DENUNCIA ATROCIDADE DE POLICIA E POLITICO CONTRA OS QUILOMBOLAS DE SANTA MARIA DOS MOREIRAS-CODÓ-MA




Em 03.02.2013, o tenente da Polícia Militar do Estado do Maranhão conhecido por Moura e o jagunço conhecido por Raimundo Monteiro (vulgo Raimundo da Chica), empregado do deputado estadual Cesar Henrique Santos Pires (DEM-MA), líder do governo Roseana Sarney (PMDB) na Assembleia Legislativa do Maranhão, em ato criminoso, incendiaram duas casas de quilombolas, localizadas na Comunidade de Santa Maria dos Moreiras, por volta das 15 horas, no exato momento em que os quilombolas realizavam reunião na comunidade. No dia 31.01.2013, o jagunço conhecido por Raimundo Monteiro anunciou que iria incendiar todas as casas de Santa Maria dos Moreiras, a mando do deputado.

Tal ato de selvageria objetiva intimidar, através do terror, as comunidades quilombolas que buscam a libertação territorial, a saber Santa Maria dos Moreiras, Bom Jesus, Tamboril e Jerusalém, que estão em litígio desde 1992 com o deputado Cesar Pires.

Esclarecemos que a liminar judicial que mantinha a comunidade quilombola na posse de seu território tradicional, foi liminarmente suspensa por decisão proferida pelo Desembargador Marcelo Carvalho Silva, , fato este que tem aumentado a violência na localidade.


O Maranhão tem vivenciado uma onda de ataques e violência contra comunidades quilombolas, comunidades tradicionais, assentados e acampados nos dois primeiros meses de 2013. No começo de janeiro, a capela da Comunidade Vergel, também em Codó, foi incendiada. No dia 31 de janeiro, o quilombola José da Cruz, do Quilombo Salgado, foi torturado pela Polícia Militar do Maranhão. Em fevereiro, o juiz da Comarca de Senador La Rocque mandou despejar 54 famílias de acampados do MST e a juíza da Comarca de Paço do Lumiar ordenou o despejo da comunidade tradicional do Tendal.

A Comissão Pastoral da Terra-Ma reafirma que os governos do estado do Maranhão, comandado por Roseana Sarney e o Governo Federal, por Dilma Rousseff estão com as mãos cobertas de sangue dos pobres da terra, que têm sido vítimas de todas as formas de violências, sofrimentos e humilhações promovidas por ações e omissões do Estado Brasileiro.

Já chega de tanto Sofrer!

São Luís, 07 de fevereiro de 2013

A Coordenação Estadual da Comissão Pastoral da Terra no Maranhão.
cptma@elo.com.br

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

25 anos de Risco e o Mito do Mato

Em comemoração aos 25 anos de atividades, o Teatral Grupo de Risco (TGR) prepara para a cena seu mais novo trabalho. Esta experiência busca viabilizar a manutenção de pesquisas teatrais do TGR a partir da releitura da tragédia Grega “Os Sete Contra Tebas”, de Ésquilo, contextualizando a mesma, na recente história de nosso Estado.

Neste processo de preparação, iremos realizar muitas Rodas de Prosa e Tereré no intuito de verificar o período e o processo ao qual foi criado o Estado de Mato Grosso do Sul.

UM PORTENTOSO BEZERRO DE DUAS CABEÇAS (Mitologia do mato)...

Roda de prosa e tereré, para percorrer os entremeios da epopéia divisionista do estado de Mato Grosso Uno. Nesta primeira roda teremos como convidada a professora Alisolete Weingartner, que facilitará o debate sobre esta "contenda".

Também com o intuito de procurar entender um pouco de onde viemos, como somos, o que fazemos e quem foram os ‘grandes Odisseus’ que engendraram o moderno império Sul Mato Grossense.

Neste sentido, convidamos para esta conversa, todos e todas que estão lendo estas linhas. Esta primeira roda acontece nesta terça feira dia 05 de fevereiro, às 14h, no Coliseu do Teatral Grupo de Risco, situado à rua José Antônio, 2170, Jardim Brasil, sobre esquina com Eduardo Santos Pereira.

Este é um projeto realizado pelo TGR em parceria com a Fundação Municipal de Cultura (Fundac) via Fomteatro (Fomento ao Teatro) e Prefeitura Municipal de Campo Grande.

“Vamos ao areópago, sob as égides de Atena e Apolo!”

Mais informações: www.teatralgrupoderiso.com.br ou pelos fones: 67 3042 8262 // 67 9282 6131 // 67 9241 6227// 67 9635 3576

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

CARTA FINAL DO I ENCONTRO NACIONAL DE JUVENTUDES DA RECID


Nós, jovens educadoras e educadores populares, integrantes de movimentos populares: rurais, urbanos, culturais hip-hop, LGBT, mulheres, negras e negros, indígenas e outros; oriundas/os dos diversos recantos do Brasil, reunidas/os no I Encontro Nacional de Juventudes da Rede de Educação Cidadã (RECID), no Centro de Formação do CIMI, em Luziânia-GO, entre os dias 31 de janeiro e 03 de fevereiro de 2013, consideramos que: 

A América Latina vive hoje um contexto de disputa de projetos. 

Um projeto, representado pela ALBA, que defende uma integração soberana da região, em contraposição direta ao imperialismo e em favor dos povos. São países que representam este projeto, principalmente: Venezuela, Cuba, Equador, Bolívia, Nicarágua. 

Um segundo projeto que chamamos de sócio-desenvolvimentismo, cujos principais representantes são Brasil, Argentina, Uruguai e Peru. Como característica deste projeto, temos o esforço para o desenvolvimento econômico com distribuição de renda, mas sem promover as reformas estruturais de interesse dos povos. 

O terceiro projeto é de submissão total ao capital financeiro, pregando o Estado mínimo e a retirada de direitos trabalhistas e sociais. A este projeto chamamos de neoliberalismo e é puxado principalmente por: Colômbia, Paraguai, Chile e México. 

Neste contexto assumimos a defesa de um projeto político para o Brasil identificado com a integração soberana dos países latino-americanos, com realização de reformas estruturais (reforma política, reforma urbana, reforma agrária, democratização da comunicação etc) que beneficiem o povo brasileiro. Este projeto chamamos de Projeto Popular para o Brasil. 

Contudo, vivemos um momento de descenso das lutas populares, onde as mesmas ainda se encontram fragmentadas e enfraquecidas. Isto é, mesmo acontecendo várias lutas isoladas – algumas vitoriosas – ainda é necessário unificarmos estas lutas em torno de um horizonte político comum para sermos capazes de alterar a correlação de forças. 

Entendemos que as juventudes são sujeitos importantes para alterar este quadro de descenso e acumular forças para a construção de um Projeto Popular para o Brasil. 

Apesar da construção de diversas políticas direcionadas às juventudes (criação do conselho nacional de juventude, das conferências, expansão de vagas e inclusão no ensino superior, entre outras), as mesmas ainda estão sendo exterminadas nas grandes cidades, encontram-se em condições precárias para permanecerem no campo, tem pouco acesso a uma educação de qualidade em todos os níveis, entre outras dificuldades vividas pela grande maioria das/os jovens no Brasil. 

Acreditamos que a garantia de uma vida digna para as juventudes do Brasil se efetiva pela construção de um Projeto Popular que seja fruto da ampla mobilização do povo. Para isso, afirmamos nosso compromisso de: 

No campo da formação: 

→ Construir espaços de formação política a partir das diferentes realidades e que contemplem o estudo da mesma, o aprofundamento teórico e os saberes populares, como os cursos Realidade Brasileira, jornadas pedagógicas, etc; com os temas de Agitação e Propaganda, resgate da cultura e identidade dos jovens, entre outros. 

→ Elaborar um material de subsídio para oficinas de formação sobre o Projeto Popular para o Brasil junto aos grupos de base. 


No campo da organização: 

→ Fortalecer o trabalho de base e promover encontros de juventude macrorregionais e estaduais, com objetivo de aprofundarem os temas da formação e identificar as possibilidades de lutas comuns. 
→ Criar GT's de juventude estaduais e nacional e fortalecer o diálogo entre as pessoas de referência em cada estado. 
→ Buscar parcerias com outros movimentos e grupos na perspectiva de promover a troca de experiências e unificar as lutas das juventudes em torno do Projeto Popular para o Brasil. 


No campo das lutas: 

Fortalecer todas as lutas que contribuam com a construção de reformas estruturantes e garantia dos Direitos Humanos à luz do Projeto Popular para o Brasil, em conexão com as realidades e demandas locais. Em especial: 

→A campanha contra a violência e o extermínio das juventudes e da juventude negra e pela vida. 
→Contra o racismo. 
→A campanha contra a redução da maioridade penal. 
→Por um Projeto Popular para a Educação, incluindo a defesa dos 10% do PIB para a educação pública. 
→Pela igualdade de gênero e de orientação sexual. 
→Pelo Estatuto da juventude. 
→Pelo Passe Livre. 
→Pela ampliação das políticas sociais e culturais, com mais recursos públicos e desburocratização do acesso (editais e marco regulatório das OSCs). 
→Luta contra as privatizações de serviços públicos (saúde, educação, sistema penitenciário etc.) 
→Luta pela valorização e garantia de direitos dos povos e comunidades tradicionais. 
→A campanha contra os agrotóxicos e pela vida além das práticas agroecológicas. 
→Luta pela democratização dos meios de comunicação. 

Após estes quatro dias de muita formação, mística e animação, concluímos que, onde estivermos, nossa principal luta é a defesa da V I D A. Voltaremos para nossos estados com o compromisso de partilharmos esta vivência junto aos companheiros e companheiras que lá ficaram. Com disposição renovada para enfrentarmos estes desafios, estaremos cada vez mais próximos de nossos objetivos. Hoje, temos a certeza de podermos dizer: os desavisados que se cuidem, pois na nossa voz já se anuncia a manhã desejada! 

Juventudes que ousam lutar, 
constroem o poder popular!