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segunda-feira, 19 de março de 2012

Carta do Povo Indígena MS


Carta da Aldeia Bananal

    Nós, povo indígena Terena da Terra Indígena TAUNAY/IPEGUE (Aldeia Imbirussú, Aldeia Água Branca, Aldeia Morrinho, Aldeia Lagoinha, Aldeia Bananal, Aldeia Ipegue), reunidos na aldeia Bananal, juntamente com nossas lideranças, anciãos, movimento das mulheres, professores indígenas, acadêmicos indígenas e demais organizações, em prol do desencadeamento da demarcação de nosso território, viemos em público expor:
   O estudo de identificação de nosso território encontra-se concluso e publicado, mas até o momento não foi realizado pela FUNAI a etapa de finalização da demarcação. Ademais, o processo está paralisado por ordem judicial que acatou pedido de suspensão da demarcação por parte dos proprietários rurais.
   Enquanto isso, nossa terra está ficando cada vez menor devido ao crescimento populacional, trazendo consequências de várias ordens, principalmente a questão da subsistência, meio ambiente, acarretando a dependência dos programas sociais. O extrativismo que antes era praticado por nós, índios, não atualmente não se pode realizar esta atividade, o que deixou de ser repassado à classe mais jovem. Na questão do meio ambiente, existe a insuficiência de mananciais de água para praticar a pesca e também a caça, pois os rios e lagos aptos a prática da pesca encontra-se dentro de fazendas que cercam nossa terra.
   A terra indígena encontra-se cercada de por propriedades rurais que desenvolvem atividades ligadas ao agronegócio, propriedades rurais estas que dizem ser produtoras, mas entendemos que as mesmas não se preocupam com as questões ambientais.
Somos vistos como um entrave para o desenvolvimento do agronegócio do país, mas queremos aqui ressaltar que somos os guardiões do meio ambiente, onde, por questões dessa natureza, deveríamos ser compensados por isso.
   Quanto à questão da saúde, a cada dia que passa em nossa aldeia está cada vez mais pior, nossa comunidade está sofrendo com a fragilidade do órgão que trata da questão da saúde. Só para exemplificar, em menos de uma semana faleceram 4 pessoas vítimas de várias enfermidades, na Terra Indígena Taunay/Ipegue.
   Na área da educação, também temos sofrido com a falta de nossa autonomia, o descaso com nossos profissionais indígenas é tamanho que seus espaços em sala de aula não são garantidos, prevalecendo a contratação e indicação pelo viés político. O que deixa desrespeita nossa vontade que de poder ver as escolas todas compostas por profissionais indígenas.

   Frente a estas problemáticas, o que queremos é a garantia de nossos direitos de acesso à terra, uma vez que hoje nós vivemos sobre forte pressão do agronegócio que se alastram ao entorno deste pequeno pedaço de terra. Terra esta que é insuficiente para garantirmos nossa sobrevivência. Diante desta situação, muitas famílias têm deixado nossa aldeia e partindo para as cidades onde estão localizados os pólos industriais.

   Deixamos claro que nosso movimento está forte, organizado e pronto para lutarmos para a retomada de nossos territórios.

Aldeia Bananal, MS em 17 de março de 2012.

Como foi: "Ola Companheir@s, Quero socializar o movimentos do Povo Terena da Aldeia Bananal e da região, precisamos sempre estar em comunicação para a nossas articulações esteja em paralela, isso é muito importante. Passamos por vários formação de preparação com vários lideranças indígenas, Professores, Mulheres, Acadêmicos, e outros.

         Na próxima quarta (21/03/12) estaremos reunidos na Aldeia Morrinho juntamente aldeias vizinhas, para definirmos a data de um grande reunião onde estaremos mobilizando a nossa comunidade das 7 aldeias de PIN TAUNAY/IPEGUE.

        Esta reunião grande, será realizado na Aldeia Água Branca.Estas reuniões não tem sido fácil para mobilizar e conscientizar principalmente os Caçiques, não sei se todos sabem, mas no início deste processo quando foi realizado através da Rede de Educação Çidadã I FORUM FUNDIÁRIA de PIN TAUNAY/IPEGUE, nenhúm dos 7 Caçiques participaram o Forum, o grupo era pequena, nunca pensamos de desistir, pelo contrário, cada dia mais fortalecido na luta. Hoje dos 7 Caçiques, 6 estão neste processo, fizeram um compromisso diante da comunidades, ou seja, foi uma experiencia hitórico, e tambem não deixo de agradecer os parceiros da luta, CIMI através do Dr. Rogério, Flávio, Agradecer tambem Lindomar que sempre esta presente em nossa região, Dr. Emersom MPF. Rede de Educação Çidadã. CEDAMPO com nosso companheiro Eber. Otoniel,Elizeu Tonico que representa Atiguassú , que sempre se preucuparam e me orientaram neste processo, em fim.

       A ideia, mas não sei se isso daria tempo, ou seja estrutura...nós se juntar na mobililização,tentar levar conselhos de Atiguassú, grupo de lideranças da Aldeia Buriti, Lideranças de Nioaque, Lideranças de Kadiwéus, Ofayé Xavante. Alguns desses grupo de lideranças indígenas ja entrei contato, comentado da mobilizações do povo Terena PIN TAUNAY/IPEGUE, muitos querem participar desta mobilização em massa,mas eu não dei meu posicionamento, porque gostaria de ouvir os companheiros da luta antes de definir a data na próxima quarta(21/03/12).

       Falei com Elizeu Guarani e com Lindomar, eles me disseram que é so marcar a data que estarão presente nesta mobilização, achei muito importante, porque neste caso terá representante do APIB, nesta reunião. Se for possível trazer grupo grande dos Guaraní Caiowá, mas oque dificulta é o transporte para as lideranças de outras região. Lembrando que neste dia de mobilização, todas as escola serão fechada para que os Professores e Alunos do ensino médio possam começar a participar deste processo, muitos alunos estão se formando, se ingressando nas universidades, e não tem conhecimento de sua própria luta, por isso é importante participação das escola.
      No princípio seria um dia de mobilização por falta de estrutura.
   As pautas seria Estratégia para retomada, Mapear os Movimentos Sociais que apoiam luta Indígena, Futuro do ARPIPAN. Esta aberta para quem quizer contribuir nas pautas.
Agradeco atenção de todos, pensamento positivo neste ano de 2012".

"Ai de nós, Eduscadores e Educadoras, se deixarmos de sonhar sonhos possíveis." (Paulo Freire.)

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